A cooperação é a exceção, e não a regra

in #pt6 years ago (edited)

Eu fiz uma postagem anterior indagando sobre qual seria o comportamento natural humano, se competitivo ou cooperativo (Competição ou colaboração: eis a questão!).

Recebi vários comentários interessantes. Mas também lendo eles percebi que alguns pontos não ficaram claros e resolvi então esclarecer nessa postagem aqui. Então essa postagem é quase que a continuação do debate iniciado na outra. Aconselho quem não leu ler lá primeiro.

Primeiro de tudo, na postagem que eu fiz sobre competição ou cooperação eu não quis dizer que é sempre impossível que haja cooperação, mas apenas que ela não é a regra do comportamento humano. A própria natureza humana nos empurra muito mais para competição.

Olhemos para a história humana. O homem é um ser gregário, é verdade. Ele sempre procurou viver em sociedade, colaborando uns com os outros. Mas isso não aconteceu por altruísmo, ou abnegação, mas por interesse próprio.

Também não estou dizendo que não existem pessoas altruístas. Claro que existem, mas são a minoria, a exceção e não a regra geral.

Tanto é que sempre que surgiu uma civilização, surgiu junto com ela alguma forma de troca de favores, seja via escambo, seja via moeda. Sempre tinha essa necessidade do “toma lá dá cá”. A própria necessidade do “toma lá dá cá” já revela que na prática a regra é que ninguém faz nada pra ninguém de graça, mas sempre espera alguma forma de compensação ou retribuição.

Então cooperação existe, e isso ninguém discute. Mas a questão é: a cooperação, que hoje existe mas é exceção, pode um dia vir a se tornar a regra geral dado o comportamento humano verificado ao longo da sua história? Penso que aí a resposta passa a ser um belo e sonoro não, porque isso nunca aconteceu como regra em nenhuma grande civilização humana do passado.


pixabay

Gostou da leitura e quer mais? Aí vão algumas sugestões:

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Se o "espirito" da "humanidade" tende mais para "competição" do que para a "colaboração", então, fico imaginando o resultado que teríamos se "estes" viessem definir a "Dignidade Humana" (assunto de outro post). As definições daquilo que é digno ou indigno não passariam pelo objetivo de "eliminar concorrentes"?! O "Grupo A" não diria que a partir de um momento X as atitudes típicas do "Grupo B" são "indignas" e passíveis de punição?! Reflexões!

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Acho que existe um componente biológico que leva os indivíduos a viverem em grupo, e necessariamente cooperar, que não pode ser desprezado. Quando vemos algumas espécies que vivem em sociedade, como abelhas, cupins e formigas, percebemos todos os indivíduos formando uma unidade. Nós não nos vemos assim, mas outras espécies como lobos e macacos estão mais próximos. Assistindo documentários sobre sociedades de gorilas e bonobos e conhecendo como funciona a hierarquia, rituais de passagem, liderança, famílias, etc, podemos perceber similaridades e eventuais origens de nossos comportamentos. Ali, e na obra de Nelson Rodrigues, estão em estado bruto o que na nossa sociedade precisa ser revestida de justificativas pretensamente morais ou filosóficas :-) Valeu! Sucesso e boa sorte mais uma vez!!

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Excelente o artigo. Lembrou-me de outro que li no Owlcation que começava no paradoxo do "toda regra tem exceção" e terminava falando sobre como todas as nossas ações, mesmo as supostamente altruístas, tem um fundo de auto-interesse.

O link para o artigo é esse: https://owlcation.com/humanities/There-is-an-exception-to-every-rule

Acho que há muita romantização sobre a cooperação humana e a idealização do altruísmo. Fazemos sim coisas pelo bem alheio e pelo bem comum, mas porque isso é bom para nós também. Somos animais gregários e buscamos força nos números, e por isto as vezes abrimos mãos de uma convicção pessoal para adotar uma postura conciliadora: porque no fim das contas, no mais das vezes é melhor estar contrariado e protegido do que ter razão e ser ostracizado.

As pessoas cooperam porque precisam e se beneficiam. O indivíduo toma melhores decisões para si, mas sozinho não tem força para barganhar. No cenário de cooperação, todos perdemos um pouco para poder ganhar um pouco mais do que damos. Daí vem a segurança do grupo: o progresso lento, porém certo. Sozinho, o indivíduo joga no tudo ou nada e assume riscos muito maiores. A sociedade sempre avança a passos lentos, garantindo um mínimo para todos os seus membros, mas são uns poucos indivíduos excepcionais que volta e meia fazem ela dar saltos.