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RE: Existencialismo e Anarquismo - Herbert Read e Max Stirner

in #pt5 years ago

Nos primórdios da minha adolescência me denominava anarquista, muito pela influência do punk-rock, cresci na década de 80 e as bandas punks brasileiras sempre traziam em suas letras esse conceito de liberdade e eu acreditava ser o ideal.
Mas com o passar do tempo entendi ser algo utópico pois o ser humano nunca foi educado para ser livre. Se por exemplo destituirmos o Estado hoje, consequentemente algum grupo tomará o poder, o que já não seria anarquia mas sim outro Estado.
Nesse meio tempo entendi que o Socialismo seria o ideal, para mim deveria ser uma transição para a liberdade individual. Mas não o socialismo autoritário, um modelo socialista que visasse o bem-estar social e priorizasse a educação do indivíduo para sua liberdade pessoal, coisa que nunca vimos mas acredito ser possível.
Recentemente li dois livros do Chomsky e atualmente estou relendo o "Ser e o Nada" de Sartre e esses livros estão reacendendo a minha chama libertária, mas mesmo assim, ainda acredito ser inviável no momento a liberdade geral individual pois penso muito no social, ou seja, se a igualdade e liberdade não for para todos não tem validade, a meu ver.
O grande problema de tudo é que o Estado, a religião e os detentores do capital, durante os séculos, conseguiram inserir quase toda a sociedade no conceito kantiano de "menoridade" e a liberdade necessita a priori que o ser humano saia da menoridade e busque a "maioridade", mas infelizmente as pessoas não querem isso ou pelo menos, não sabem como fazer isso.
Acredito que o ponto chave para essa libertação seja a educação, Paulo Freire já dizia isso na "Pedagogia do Oprimido". O problema é como educar e se o Estado irá deixar essas pessoas serem educadas para serem livres.
Excelente texto @charlie777pt e continuemos na busca pela liberdade do indivíduo, quem sabe as gerações futuras consigam este feito.

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Eu cresci na década de 70 com influências próximas dos 60, em África num país colonizado pelo regime fascista português e após a revolução de 74, entrei nas esquerda na Frelimo e depois em Portugal viajei pela extrema-esquerda até encontra o anarquismo, que me reconstituíu da desilusão do coletivismo.
Mas percebi que o anarquismo era um estado interior que não se podia ensinar e que era impraticável, pelo que passei á intervenção social pela música e arte, e á política do SER pois a política centralizada tinha-me ensinado que ela era para os aficionados do poder e não traz a revolução social mas sim a dominação das massas por élites sejam de esquerda, centro ou direita.
No dia em que li o Manifesto do Nakamoto , estive muitos dias a dormir mal em hiperatividade cerebral pois percebi que a afinal a anarquia era tecnológicamente realizávél com o conceito de descentralização.
Sou um maníaco da descentralização que reavivou a minha chama política.
O blockchain é uma prova viva (mas já desvirtuada por grupos de poder) que é possível eliminar qualquer cadeia centralizada pode ser substituída por um consenso tecnológico e social ,se possivel como propriedade coletiva, pode provar que a centralização que leva ao abuso do poder pode ser tornada obsoleta.
O problema é o da tomada de consciência das pessoas, que irá ser o resultado do duelo do Centralismo vs Descentralismo, que deixa algum espaço para a mudança social, mas a descentralização é um David que se calhar não tem força para enfrentrar um Golias tão gigantesco.
A visão de Nakamoto é uma esperança para a humanidade, que está cega e ofuscada com os ecrãns que lhes escrevem os hábitos e as memórias e deshumanizando-as até elas serem incapazes de intervir socialmente.
Muito obrigado por um "Grande" comentário com imagem de marca de uma mente questionadora, pois a maioria das massas acha a realidade inquestionável, imutável e sem capacidade de ser modificada, e quem manda que faça o que quiser com os destinos dos cidadãos despidos dos seus direitos.
Vamos corromper o centralismo,,heheh.
E Paulo Freire propôs o caminho das solução para a peste da concentração da riqueza que aumenta o fosso social, como o principal problema da humanidade privada de igualdade e da justiça, até que um dia os oprimidos percebam que podem mudar o seu destino.
Esqueci-me de dizer que após uma fase em que estava aborrecido com a música freak, em 1977, o punk foi uma das grandes voltas na minha vida, pois revelava que como hoje toda uma jovem geração , não tinha futuro e propunha a "anarchy in the UK" e "No Future".
A música sempre me ajudou na catarse cultural, como antecipação do Mundo que lá vem.

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