Zine!

in #pt6 years ago

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“Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras”.

Lindo não? Este é um trecho do artigo XIX da Declaração Universal dos Direitos Humanos – Direito a comunicar e expressão.

Em diversos períodos da história da humanidade tivemos este direito privado, aliás, em algumas sociedades contemporâneas, ainda vemos esta privação. Viver em um país onde ela é respeitada é quase um privilégio.

Durante o regime militar, aqui no Brasil, pessoas que expressavam opiniões que pudessem ir contra a ideologia da época eram torturadas, perseguidas e mortas. Um total desrespeito ao direito mencionado acima e sobretudo um desrespeito a vida.

Hoje em dia, com o uso da internet, em especial das redes sociais, as pessoas têm a oportunidade de explanar ideias, opiniões políticas, filosóficas, religiosas sem quaisquer restrições, o que não deixa de ser um reflexo deste direito sendo usufruído.

Mas até alguns anos atrás a internet não era algo tão acessível. Dependíamos da informação exclusiva dos telejornais, rádios e mídias impressas – sobretudo, revistas e claro, o bom e velho Jornal. A notícia tinha um tempo e acesso limitado.

Uma das formas mais alternativas e particularmente fascinante desde período, eram os Fanzines ou popularmente conhecidos como Zines. Revistas caseiras, feitas por fãs de música, arte, poesia, contracultura, assuntos diversos e alternativos demais para época, comercializados ou doados pelos próprios produtores/criadores. Pode-se dizer que eram espécies de “blogs da época”.

De forma quase artesanal, os fazedores de zines, coletavam entrevistas, notícias, poesias e o que mais fosse conveniente, botavam tudo em páginas, fotocopiavam e distribuíam em diversos lugares públicos, na maioria das vezes próximos a lugares onde o assunto pudesse conversar com o Zine em si.

*Os Cordéis seriam uma forma de "zine" popular da cultura nordestina, mas não vou me aprofundar aqui porque isso daria outro post! :)

Atualmente, mesmo com toda fomentação dos meios de comunicação e facilidade que a internet nos propicia, os Zines continuam vivos! Em diversas regiões do Brasil, pessoas ainda continuam sendo adeptos desta forma de comunicação e expressão.

O Zine é uma materialização desta liberdade de expressão, onde casa de maneira formidável o charme da contracultura com o tempero da arte – a onda do faça você mesmo!

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Este texto eu retirei de uma publicação que fiz para o Site do jornal - Gazeta Informativa ano passado e este ano (2018) um amigo me convidou para ilustrar uma zine que ele produz em Curitiba, logo lembrei-me deste post e de toda meu carinho e admiração dessa forma tão alternativa e poética de distribuição coletiva de arte/conteúdo.

Estou doando exemplares do zine :)

Link da matéria: http://www.gazetainformativa.com.br/zine-dando-voz-a-sua-arte/

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Liberdade de expressão, esse assunto parece simples mas é bem complexo e interessante. Parabéns pela reflexão.

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